segunda-feira, 29 de outubro de 2012

DURADOURO

Às vezes fico pensando no que é duradouro hoje em dia. Diante de tanto consumo e de tanta coisa fácil, será que ainda temos alguma coisa que acreditamos que seja duradouro? Precisamos voltar a crer que algo pode ser duradouro em nossas vidas. Precisamos voltar a crer que as pessoas poderão ser duradouras em nossas vidas.




Estava procurando no site do IBGE, fotos sobre São Luís e me deparei com estas que retratam cenas da época da exportação de babaçu. Uma riqueza abundante no Maranhão (sem querer fazer trocadilhos manjados), que até hoje poderia alavancar a economia da cidade e quiçá do estado, se não fossemos muito mais inauguradores que mantenedores dos nossos empreendimentos.

Mas já que eu falei do trocadilho, vamos chutar o pau da barraca:

No Maranhão, o babaçu abunda sim e ainda abunda riqueza, abunda belas praias, abunda sol, abunda história, abunda folclore abundam lagostas naturalizadas cearenses depois de pescadas, artistas que se naturalizam anônimos ou (muito pior) "lá do nordeste" e outras tantas coisas boas que abundam sem exigir comentários.

Será que um dia os administradores vão tirar "abunda" da cadeira e vão trabalhar para tirar São Luís da m...? Fica a pergunta.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DOU LHE UMA, DOU LHE DUAS, DOU LHE TRÊS

Na verdade, só vai poder dar uma, e depois que entrar, tem uma hora para sair. Parece até coisa de estacionamento rotativo, mas não é. Uma brasileira muito consciente do seu papel na sociedade e sendo considerada uma influência muito positiva para as jovens de hoje, leiloou muito discretamente seu hímen pela internet e vai levar três boladas, uma delas é de R$1.500,00 as outras duas serão durante a entrega do "item leiloado".

Tudo será feito com muita discrição, já que não terá câmeras, celulares, desenhistas forenses e esses dois, que poderiam passar despercebidos, prometeram não atrapalhar a entrega do "item".

A leiloada  passará por um exame médico para garantir a validade do "item" e o comprador também para garantir a saúde do seu. Não haverá beijos, nem carinhos, nem abraços, ele não precisará telefonar para ela no dia seguinte e ela não vai marcar um jantar para ele conhecer seus pais.

Segundo os itens da cesta básica, a brasileira que leiloou seu "item" terá em sua conta bancária dinheiro suficiente para:

1. besuntar com margarina 1079136 vezes
2. molhar o biscoito cream cracker ou maisena 793650 vezes
3. "sangrar" com extrato de tomate 1376146 vezes
4. "fazer doce" com açúcar cristal 187734 vezes

Ou ainda poderá escolher tomar dez milhões de banhos cada um com um sabonete diferente já que o pacote com 3 tá custando R$ 0,45.

Pra encerrar um assunto assim tão "delicado", outra grande vantagem auferida pela jovem brasileira é que o ganhador, Natsuo, é japonês.

... e ainda tem gente querendo fazer mestrado, doutorado, pós-doutorado, essas besteiras, francamente...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

FALTA CANDIDATO



Nestas eleições eu me prometi levar meu voto à sério. Então me pus a analisar com cuidado, qual candidato teria condições de ser um edil decente na câmara de vereadores e quem eu indicaria para ocupar a sala mais importante deste lindo palácio com meu precioso voto.

Com o descrédito de sempre nas promessas de campanha, assisti a um debate, antes do primeiro turno, para "dar uma boa olhada" nos candidatos a prefeito. Qual não foi a minha surpresa ao ver um deles, discorrendo sobre as estratégias, sobre como serão feitas as coisas em sua gestão e com isso o candidato cativou de pronto meu dedo eleitoral.

Os demais candidatos, limitavam-se a dizer que iriam criar o programa "chinelo em casa" onde cada cidadão e cidadã e criança da cidade terá seu par de chinelo, ou o programa "carvão fácil" onde não vai faltar carvão no fogareiro de ninguém.

Todas as mirabolantes idéias apresentadas, não eram acompanhadas da mais singela explicação sobre como, ou com quais recursos tal programa seria criado, mantido ou desenvolvido. Salvo o meu candidato, todos os demais não apresentavam a mais basal das explicações para os tais programas e estas não sustentariam dez minutos de reflexão antes de se mostrarem impraticáveis, eleitoreiros e auto-promotores.

Tiradas as dúvidas foi só aguardar o domingo (porque será que é domingo? Bem que podia ser numa segundona...) de ir para a minha zona de sempre me esconder atrás do biombo de papelão e formalizar  minha opinião para o TRE.

Nas eleições de primeiro turno, depois de procurar minha seção incansavelmente (eu já estava na zona), entrei na sala de aula e apertei os botões que achava certo.

Fui para casa acompanhar o desenrolar eletrônico das apurações e torcer pela minha escolha. Afinal eu havia acompanhado o debate e acreditava que como eu, muitos são-luisenses perceberam o tal candidato se destacando nas perguntas e nas respostas.

Eu só não lembrava que São Luís ainda esconde eleitores que trocam voto por um par de japonesas. Quando aquele cheiro típico dos cercados bovídeos foi tomando conta das apurações, relembrei que por estas bandas, dinheiro ainda ganha mais votos que boas idéias. Recolhi meu título eleitoral à sua ideológica insignificância e vi meu candidato amargar um terceiro lugar para de lá não mais sair.

Neste segundo turno vou voltar à minha zona novamente, achar minha seção, me esconder atrás do biombo de papelão, e apertar outros botões. Logo, logo vai acontecer outro debate, só que agora minha escolha vai se parecer muito com cair em um dos buracos da cidade. Escolha o buraco menor, segure firme o volante e caia dentro. Daqui há quatro anos a gente tenta de novo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DIA DAS CRIANÇAS

Como diria o José Ribamar Coelho Santos, o mais famoso filho do Arari, terra da melancia, "ando tão à flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar". Não que eu goste de ver novela, porque não gosto mesmo. Mas é porque os últimos acontecimentos têm subvertido a (pouca) ordem geral das coisas em minha vida.

Não é porque hoje foi o dia em que o rei Felipe IV da França mandou prender 140 cavaleiros templários em 1307, nem por conta da assinatura do armistício polaco-russo em 1920, nem por conta da inauguração do Cristo Redentor em 1931, ou pelo beijo que Karol Joséf Wojtyla ao descer do avião em sua segunda visita ao Brasil em 1991 e muito menos pelo polêmico chute que o bispo Sérgio Von Helder desfere na imagem de nossa senhora aparecida em 1995.

O que tem me incomodado é que certos acontecimentos em minha vida são tão cheios de sabor como um chuchu cozido no vapor, o que me leva a pensar se realmente devemos ser tão condescendentes com as pessoas ou se temos o direito de "mostrar as ferraduras" para melhorar a cognição alheia sobre o que dizemos.

Tenho me esforçado para conviver ou interagir com pessoas sem: instrução, boas maneiras, escrúpulos, cultura, noção, piedade, humildade, caráter, graça, senso de humor e tantas outras "qualidades" que é melhor não citar para a carapuça não cair.

No meio desse turbilhão de coisas o que ainda me resta é focalizar no meu trabalho - fonte de prazer e realização - e manter os demais assuntos como se fossem os comerciais durante a exibição de um bom filme.

Espero que para os próximos capítulos da novela "minha vida", onde não se lança moda nem bordões, a pena fique só na minha mão e eu não levante mais dessa cadeira por motivo nenhum.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

SANTA INOCÊNCIA

Pelo título, pode parecer-lhe que desaprovo ou desmereço o assunto que trago neste "post" por sua inocência descabida, já que adjetivo-o por "santa", expressão popularizada pelo "partner" televisivo do herói mascarado alcunhado como homem-morcego.

Entrementes, intento frisar a pureza e o lastro literário presente no subscrito texto de Graciliano Ramos quando este administrava a prefeitura municipal de Palmeira dos Índios no Estado de Alagoas.

Algumas observações podem parecer preconcebidas e poderão pupular em sua mente um sentimento de desagravo ao autor. Peço-lhe transigência tal que lhe permita depreender sua graça erudita.

Observe também tratar-se de uma prestação de contas, aparecendo em seu âmbito, expressões numéricas com o feitio 12:345$678 o que simboliza "entrementes doze mil, trezentos e quarenta e cinco contos e seiscentos e setenta e oito réis". Elucidados os pormenores, segue-se a pega latente para o relatório.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

VOTO DERRETIDO

Hoje, eu voltava do almoço para o segundo turno do meu precioso trabalho e provei um calorão desses que a gente pensa que vai sufocar. Peguei uma carona com o colega Sandro já que sobrava uma vaga no carro e já sentei preparando ovos quentes para o lanche da tarde.

Falando em segundo turno, domingo eu vou votar e não faço a menor ideia de quais botões aperto. Vida de candidato manjado é igual gorgonzola, todo mundo sabe que é podre mas acha tudo normal.

O Calor faz a gente passar por cinco estágios a saber: "eita que calor!", "me abana!", "vou ficar nu!", "não consigo respirar!" e "onde fica o ar condicionado mais próximo?". Quando entrei no carro, o lanche da tarde (ovos quentes) foi acompanhado dos cinco estágios ao mesmo tempo por dois motivos. O motorista era parente do Johnny Storm (esse aí da foto) e não abriu os vidros do carro. E o ar-condicionado do carro, sufocado de tanta poeira, soprava asmático um ventinho de nada. Fomos assim mesmo, cozendo até o local de trabalho, distante cerca de um quilômetro e meio, sem poder ultrapassar os vinte quilômetros por hora.

Lulu, o inoxidável Luis César (ou Luiz César,ou  Luiz Cezar; ou Luis Cezar) me disse hoje que haverá um debate sexta-feira, com candidatos. Vou assistir pra ver se escolho um deles e consigo sair da frente da urna só com a sensação de que atirei no escuro e não de que me vendei. Como bem diz Seu Jessier em Virgulino Lampião Deputado Federá: "se eu atirar no mato e pegar num marinheiro é porque tem mais honesto do que cara trambiqueiro".

Resumindo em duas frases:
1. O fabricante das urnas eletrônicas é Diebold, não é Celite ou Deca, portanto faça a coisa certa no lugar certo.
2. Meu desejo é que o dia 07 de outubro seja um dia fresco, bom de ir à zona, entrar na fila pra botar o dedo no lugar menos errado possível. (se é que é possível).

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PAGODE UNIVERSITÁRIO



Pagode, segundo a wikipédia,  é um gênero musical brasileiro originado no Rio de Janeiro, a partir da cena musical do samba dos fundos de quintais, muito comuns no subúrbio da cidade. Esta é a forma pejorativa e preconceituosa que esta palavra assumiu.
No início, o pagode não era exatamente um gênero musical. Pagode era o nome dado às festas que aconteciam nas senzalas e acabou tornando-se sinônimo de qualquer festa regada a alegria, bebida e cantoria. Prova de que o nome em nada tem a ver com o ritmo, é a música “Pagode de Brasília” gravada por Tião Carreiro em 1959, cuja roupagem em nada lembra nenhuma das variações do samba. Isso pode ser bem percebido pela letra “Pagode do Vavá” de Paulinho da Viola, “Pagode pra valer” de Leci Brandão ou qualquer outra do grupo Fundo de Quintal, considerado por muitos o primeiro grupo de pagode do Brasil.

O termo pagode começou a ser usado como sinônimo de samba por causa de sambistas que se valiam deste nome pra suas festas, mas nunca o citaram como estilo musical até então.

O que se conhece de variações de samba são: "samba de breque", "samba-canção", "samba-enredo", "samba de partido-alto", "samba-puladinho", "samba sincopado", samba de gafieira, , "samba de roda" e os menos tradicionais "samba de rancho", sambalanço, samba-rock e Samba-Reggae".

Então, podemos notar que existe uma carga histórico-cultural muito forte no samba, exigindo dos sambistas, um profundo conhecimento da sua realidade social, sua cultura e suas influências na história do samba da sua comunidade. Essa característica se reflete nas letras com temáticas voltadas para a perspectiva do sambista sobre os mais variados temas - amor, esperança, amizade, saudade, alegria, violência, política, dinheiro, etc, mas mantendo a perspectiva do compositor sobre os valores da comunidade que ele representa.

Bem, prestadas todas essas informações sobre o surgimento meio marginal do pagode a partir do samba, o que temos na outra ponta argumentativa do texto está traduzido na imagem do artista ao lado.

Precisa dizer alguma coisa?