terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O QUE HÁ DE BOM DENTRO DE VOCÊ?

Não é raro nos emocionarmos diante da TV com pessoas que realizaram atos de honestidade, desprendimento, amor ao próximo, compaixão, heroísmo (não estou falando dos participantes do big brother, viu Pedro Bial) e outros atos admiráveis. Esses são feitos legítimos e merecem o destaque dado pela mídia por se tratarem de histórias inspiradoras de pessoas especiais.

O que pode nos frustrar é encarar o fato de que essas mesmas pessoas, capazes de atos como esses, também têm seus legítimos momentos de ira e destempero. São pessoas comuns que uma hora para outra , sem qualquer aviso, podem ser capazes de atos não tão admiráveis assim, até mesmo abomináveis. E ao se deparar com essa realidade, você poderá até achar de que não se trata da mesma pessoa ou tudo não passa de um mal-entendido.

Daí vem a pergunta que intitula este post. O que há de bom dentro de você? Quão nobre são seus pensamentos e suas ações? Até que ponto você é capaz de ajudar ao próximo ou a um estranho? Quantos porcento dos seus atos de nobreza são recheados da mais pura vaidade em ser ovacionado com herói ou benfeitor? 

Essas perguntas não merecem sua resposta, merecem sua reflexão. Será que você conhece o impostor que vive dentro de você? Será que você seria capaz de pintar para si mesmo um quadro do tirano insensível e egoísta que habita seu coração? Será que você sabe até onde é capaz de ir, o que é capaz de fazer quando os interesses desse impostor conflitam com o que é certo, moral e ético?

Qualquer um de nós, quando perguntados sobre nossos defeitos e nossas qualidades, para que as relacionemos num papel ou até mesmo verbalmente, não pestanejamos em omitir os defeitos mais vis e colocarmos aqueles que sabemos ser menos ofensivos ou chocantes. Nos esmeramos em torcer a nossa memória em busca das nossas mais nobres qualidades mas ponderamos milhões de vezes antes de traçarmos o perfil do vigarista que escondemos e até tentamos não alimentar. Portanto não se trata desse momento quase infantil do ser humano em que ele vai se expor diante de outras pessoas e trata de maquiar sua imagem. Trata-se do momento da intimidade, do momento em que a pessoa está na companhia de si mesmo e encara o tal impostor.

Lemos em livros, cartazes em lugares públicos e em toneladas de posts nas redes sociais, as mais variadas frases de efeito a exemplificar uma conduta impecável. Assentimos com a cabeça e mentimos assim para nós mesmos - eu seria capaz de fazer isso também - movidos pela mais rasteira das vaidades, sem nem mesmo perceber que não temos certeza do que estamos falando, fazemos ares de bom samaritano e nos colocamos como partícipes desta conduta, como co-autores deste feito.

Uma dessas frases de efeito que explicam bem o que digo neste post é um dito provérbio onde um jovem índio conversa com o pajé da tribo que lhe diz: dentro de cada homem há dois cães que estão sempre lutando entre si, um deles é bom e o outro é mau. E o jovem índio pergunta: qual deles ganha a luta? Aquele que eu alimentar - responde o pajé.

Termino este post pensando em quantas estratégias de alimentação mirabolantes as pessoas são capazes de criar, só para não deixar o pobre cãozinho malvado perder a luta e nem morrer de fome, coitado.

sábado, 19 de janeiro de 2013

SEM TER O QUE DIZER

Desde a virada do ano que não escrevia nada no meu blog por pura falta de inspiração. Por isso resolvi escrever assim mesmo, sem a menor noção do que vou escrever. A estratégia é sair escrevendo e ver no que dá, ver se sai alguma coisa que possa ser publicada.

Para mim, escrever no meu blog é uma terapia com requintes de crueldade, é como se a cera da vela pingando na testa, produzisse a riqueza literária dos meus textos. Fico um pouco tenso e por vezes bastante satisfeito com o resultado, esperando que o próximo blog seja ainda mais criativo e interessante, embora algumas vezes eu tenha errado um ou outro ingrediente e o texto tenha ficado maçante, redundante, pobre ou monótono, mas nunca sem fundamento.

Hoje finalmente choveu um pouco o que amenizou o calor que tem causado insolação nos urubus e desidratação nos mandacarus. Choveu como quem tempera comida de hospital, o que não deu nem pra saída, até porque, depois que chove e o sol esquenta tudo de novo, a gente se sente meio brócolis, cozido no vapor.

Espero que o tempo de chuva chegue logo, já passamos por muito calor em 2012 e precisamos de uma trégua do astro-rei (não vozinha, não é o Roberto Carlos, pode ficar sentada que ninguém tá atirando rosas pra senhora)

Uma das coisas menos divertidas de se fazer no período chuvoso é voar. Lembro de todas as viagens que fiz nesse período chuvoso. As turbulências fazem de mim uma celebridade nos aviões. Todos acabam conhecendo e comentando sobre "aquele cara que deu vexame a viagem inteira".

Gosto muito do cheiro de terra molhada pela chuva. Frisei que é pela chuva porque da última vez que disse que gostava de cheiro de terra molhada, um amigo aprendiz de bozo mijou na terra e depois disse que eu podia cheirar à vontade. Desde então gosto de pontuar que curto o cheio de terra molhada pela chuva antes que outro engraçado tenha outra ideia com fluidos corporais.

Bom, como eu não estou inspirado mesmo, acho que vou parar por aqui e procurar alguma coisa para comer, até porque esse assunto me deu vontade de comer bolinho de... alguém adivinha?