quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

CARNIS VALLES VIROU CERVISIA VALLES?

Exatamente uma semana antes do início dos quarenta dias de jejum da Páscoa, uma festa realizada num dia conhecido na França como Mardi Gras (terça-feira gorda em português) tem por objetivo comemorar os prazeres da carne. Tendo sua origem ligada a fartura e aos prazeres da abundância na vida das pessoas, no Brasil essa abundância acabou tendo uma interpretação diferente, gerando neste período uma quantidade enorme de "abundâncias" à mostra nas ruas e principalmente na TV.

Nada contra a uma bela abundância, até entendo que nossos instintos interpretem essas formas como "reprodutivamente viáveis", entendo também que o provérbio português (tudo demais é sobra) demonstra que alguns limites talvez tenham sido ultrapassados.

E por falar em limites, temos o consumo da cerveja e de todas as outras "colas" sociais usadas abusivamente durante o reinado do obeso, com seus limites sendo ultrapassados como se a sensatez fosse conduzida pelo Barrichello.

Muitos jovens viajam para as cidades do interior para passar o carnaval tomando todas e tomando decisões importantes sobre quem dirige o carro, se faz sexo ou não, se cheira ou não cheira, se fuma ou não fuma,  no período em que há pouco sangue na corrente alcoólica. Espero que todos voltem sãos e salvos, que nenhum deles perca a vida. Principalmente agora que a quarta-feira de cinzas recebeu o componente "chuva forte" na viagem de volta dos foliões.

Ontem, enquanto comprava seis garrafas de água mineral em um supermercado para hidratar um programa família, acompanhei a aquisição de oito garrafas de vinho e o consumo de uma cerveja long neck por um senhor que pagou a bebida em dinheiro por estar sem condições de falar para a balconista se queria comprar a crédito ou a débito e muito menos digitar a senha do cartão. O mais triste é que ele não estava acompanhado e carregava as chaves de um carro em uma das mãos.

Espero que neste carnaval (e nos próximos) muitas ultimas cervejas não sejam abertas, muitos carros sejam dirigidos por pessoas sóbrias em lugar dos seus condutores embriagados, muitos desentendimentos virem no máximo fim de festa e não fim de vida, muitas famílias resistam e vençam a luta contra o álcool e o carnaval volte um dia, a ser  uma celebração da fartura de vida e não uma sentença de morte regada a álcool, drogas e prostituição.