Isso é tratado por todos como algo até normal, corriqueiro e natural. Só que eu não vejo nada de normal, corriqueiro e muito menos natural em algo tão grave...
Penso que algumas coisas na vida são muito valiosas, outras, nem tanto. Não confundir o valor das coisas evita que percamos o senso da moralidade, a sinceridade, o olho-no-olho que tanto se quer com as pessoas. Evita que nossas relações sejam superficiais, precisamos cultivar relacionamentos sinceros, onde a verdade não precise ser encoberta ou parcialmente revelada (não importa sua tendência filosófica, é a mesma coisa). Uma pessoa não deve sacrificar sua identidade ou a falta de empatia com outra só porque é conveniente ou socialmente apropriado ou pareça ser a escolha certa.
Enfim, o íntimo das pessoas está tão distante da sua face que não sabemos mais com quem nos relacionamos, só sabemos que são muitos estranhos, verdadeiros desconhecidos, arquétipos das nossas necessidades, produções hollywoodianas daquilo que esperamos que o outro seja no seu íntimo mais puro, sincero e cristalino ser.
Acho que vou pedir isso para algum conhecido meu, afinal faz tempo que eu não escuto a expressão "é rúim, hein?"
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