Não posto desde oito de julho e confesso que ultimamente paciência para algumas coisas e ânimo para escrever são artigos de luxo. Parafraseando o talentoso Jessier Quirino, é tanta "coiseira" em minha vida que tá tudo "enveigado" e tá difícil de "desenveigar". Mas deixando os meus problemas de lado, tenho me divertido bastante andando na minha moto que eu apelidei carinhosamente de fofoca, aludindo à sua velocidade nas ruas. Eu confesso a você, caro (ou raro) leitor, que andar pela confusa e congestionada São Luís, tem lá seus prazeres motocicletais e por que não dizer, cebezais, já que a fofoca é uma CB300R.
Mesmo que esquivando de retrovisores, levando deliciosas e repentinas fechadas de desatentos sinesíforos profissionais ou não, ordenho algum prazer em fazer a fofoca ronronar seu ainda modesto motor de 300 centímetros cúbicos pelas avenidas maltrapilhas que se espalham em buracos, desníveis e quebra-molas fora do padrão em São Luís.
Tenho presenciado a intrepidez irresponsável e nervosa de alguns colegas de duas rodas que se esgueiram perigosamente entre os carros, sem se importar ou pensar se será possível parar ou desviar em caso de emergência. Fico um pouco perturbado com a pouca (quase nenhuma) importância ou talvez uma tola inocência, com que essas pessoas têm tratado sua segurança em pilotar. Será que sou só eu que fico pensando em quantas leis da física são desfiadas em ultrapassagens, frenagens, curvas, desatenção e velocidades incompatíveis com a via?
No que diz respeito a este motociclista, tenho sido agraciado com a misericórdia e com o amor de Deus que têm me mantido ileso e seguro durante esses poucos anos que tenho andado de moto. Confio de que o Senhor me manterá ileso até que eu não tenha mais vontade ou idade para pilotar. Nesse meio tempo, vou curtindo a brisa em baixas rotações e a ventania em altas. De viseira abaixada e olhos atentos, percorro o caminho para o trabalho, o caminho dos meus problemas, das minhas ajudas, da minha parentela e outros caminhos congestionados.
Para ir mais rápido na fofoca, torço a manopla. Para ir mais devagar com a minha vida, torço para tudo voltar ao século passado onde tudo era mais simples.
A leitura realmente ficou rara nos dias de hoje. Nessa era de "Big Brother & CIA", cheia de pão e circo, o povo anda se distraindo e, inevitavelmente, caindo em qualquer buraco. Caro blogueiro, compartilho de sua paixão pela adrenalina de duas rodas, conduzida de maneira responsável e atenta, e creio que o Senhor, o Deus todo-poderoso, protege sim todos aqueles que nele confiam. Sem mais para o momento, desejo-te vida longa, e que os motoqueiros de plantão não tropecem no descanso. Abraço.
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