sábado, 10 de fevereiro de 2018

IRMANDADE DUAS RODAS

Hoje eu saí de casa com minha linda garupeira pra gente tomar um café da manhã fora da rotina. Saímos cedo e fomos atrás de uma padaria de bairro, daquelas com aquele café da manhã barato e farto e acabamos por tomar um café "gourmetizado" por causa do mau atendimento na única padaria de bairro que a gente encontrou com o café farto e barato que a gente tanto queria. Depois demos uma volta na praia, andei bem devagar para apreciar a brisa da manhã, o sol, a bela vista da praia que, por sinal, é um santo remédio para o estresse.
Na volta, com a mesma falta de pressa de uma manhã bem calma de sábado de carnaval, tomamos o caminho de volta pra casa, felizes com o carnaval que esvazia as ruas da capital e leva quase todos para as cidades do interior, deixando a cidade praticamente vazia, um bálsamo pra quem, em dias úteis, trafega pelo menos um terço do trajeto até o trabalho pelo corredor, tanto na ida quanto na vinda.
A uma certa altura, emparelhou comigo, um rapaz numa XJ6. Competitivo que sou, logo pensei - esse tá querendo um rachinha até o próximo semáforo - mas eu estava errado. O rapaz da "xijota" tava admirando a emitê, minha motoca, vendo ela desfilar na avenida...
Veja, não é vaidade minha, é a moto. Aliás, são todas as motos, todas elas são projetadas para serem bonitas nas ruas de algum jeito. E quanto mais potente, mais apelo visual os fabricantes aplicam e mais a gente baba nesses monstros de duas rodas. E o rapaz veio acompanhando, ora emparelhava, ora ficava pra trás, dava pra perceber que o "traçado" dele na avenida, tinha como finalidade deixar minha moto bem à vista. E quem deseja uma moto, sabe como a gente fica embasbacado, olhando e imaginando quando a gente finalmente conseguir comprar um "motorzão". Então eu deixei ele olhar, mantive um ritmo mais lento, afinal tinha um certo tráfego e minha garupeira não merece sentir o solavanco das ruas.
Mas eu não estava só preservando o traseiro da minha garupeira, o componente da vaidade comum aos donos de motos grandes, estava lá, apresentando a moto, mantendo a rotação levemente alta pra aumentar o ronco pobre da emitê. Você que está lendo este texto pode até dizer - ih, que coisa feia, vaidoso por causa da moto - mas não se trata disso. Trata-se de reconhecer em outra pessoa, o gosto pelo motociclismo, pelo gosto por motos grandes, pelas lendárias, pelas motos que marcaram gerações e porque não, pela Master of Torque que me leva e me traz de segunda a sexta para o trabalho? Esse sentimento que temos quando nos agrupamos, quando criamos os grupos de moto pra dar um "rolê"pela cidade, não é só de vaidade, é também uma fraternidade, um desejo sincero de compartilhar com os colegas o quão divertido e empolgante é subir numa moto pensada, desenhada, moldada, montada e ajustada para ser empolgante, impávida, desafiadora.
Espero sinceramente que todos os amantes de moto encontrem a sua moto perfeita, a moto que faz sua cabeça, a última, o fim da procura. E a gente se encontra pelas estradas, ou num motofest qualquer pelo Brasil. Salve!

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