segunda-feira, 22 de outubro de 2012

FALTA CANDIDATO



Nestas eleições eu me prometi levar meu voto à sério. Então me pus a analisar com cuidado, qual candidato teria condições de ser um edil decente na câmara de vereadores e quem eu indicaria para ocupar a sala mais importante deste lindo palácio com meu precioso voto.

Com o descrédito de sempre nas promessas de campanha, assisti a um debate, antes do primeiro turno, para "dar uma boa olhada" nos candidatos a prefeito. Qual não foi a minha surpresa ao ver um deles, discorrendo sobre as estratégias, sobre como serão feitas as coisas em sua gestão e com isso o candidato cativou de pronto meu dedo eleitoral.

Os demais candidatos, limitavam-se a dizer que iriam criar o programa "chinelo em casa" onde cada cidadão e cidadã e criança da cidade terá seu par de chinelo, ou o programa "carvão fácil" onde não vai faltar carvão no fogareiro de ninguém.

Todas as mirabolantes idéias apresentadas, não eram acompanhadas da mais singela explicação sobre como, ou com quais recursos tal programa seria criado, mantido ou desenvolvido. Salvo o meu candidato, todos os demais não apresentavam a mais basal das explicações para os tais programas e estas não sustentariam dez minutos de reflexão antes de se mostrarem impraticáveis, eleitoreiros e auto-promotores.

Tiradas as dúvidas foi só aguardar o domingo (porque será que é domingo? Bem que podia ser numa segundona...) de ir para a minha zona de sempre me esconder atrás do biombo de papelão e formalizar  minha opinião para o TRE.

Nas eleições de primeiro turno, depois de procurar minha seção incansavelmente (eu já estava na zona), entrei na sala de aula e apertei os botões que achava certo.

Fui para casa acompanhar o desenrolar eletrônico das apurações e torcer pela minha escolha. Afinal eu havia acompanhado o debate e acreditava que como eu, muitos são-luisenses perceberam o tal candidato se destacando nas perguntas e nas respostas.

Eu só não lembrava que São Luís ainda esconde eleitores que trocam voto por um par de japonesas. Quando aquele cheiro típico dos cercados bovídeos foi tomando conta das apurações, relembrei que por estas bandas, dinheiro ainda ganha mais votos que boas idéias. Recolhi meu título eleitoral à sua ideológica insignificância e vi meu candidato amargar um terceiro lugar para de lá não mais sair.

Neste segundo turno vou voltar à minha zona novamente, achar minha seção, me esconder atrás do biombo de papelão, e apertar outros botões. Logo, logo vai acontecer outro debate, só que agora minha escolha vai se parecer muito com cair em um dos buracos da cidade. Escolha o buraco menor, segure firme o volante e caia dentro. Daqui há quatro anos a gente tenta de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente com liberdade e bom siso